Substituta da Tornado chega mais sofisticada e com nova proposta
Redação MotoX.com.br - Fotos: Lucídio Arruda / Maurício Arruda / C. Mattos / Honda
Nova Honda XRE 300 |
Prevista para chegar aos concessionários no mês de agosto, o novo modelo nascido a partir da XR 250 Tornado vem com motor de maior capacidade, injeção eletrônica, ciclística aprimorada e uma nova proposta de posicionamento no mercado.
A XRE 300 chega com a dura tarefa de atender os orfãos de dois modelos de grande sucesso da marca que deixaram a linha de produção ao final do ano passado: XR 250 Tornado e NX4 Falcon. Para isto a fábrica apostou antes de tudo em um design ousado. Os detalhes do modelo e nossas impressões após a apresentação realizada à imprensa no CETH (Centro Educacional de Trânsito Honda) em Indaiatuba, SP, contamos abaixo.
Design agressivo
Modelo chega ao mercado no mês de Agosto |
Roupagem mescla plásticos foscos e brilhantes |
A primeira vista o visual da nova trail, ou melhor, adventure média da Honda, pode chocar os mais tradicionalistas. O conceito da XRE é o de "adventure touring", que encara tanto o dia a dia dos grandes centros urbanos quanto viagens e suas linhas deixam isto claro.
As linhas de seu design são agressivas e dão porte à motocicleta que tem seu assento 2 cm mais baixo que a Tornado. O farol, mais potente, é fixo na carenagem deixando as manobras com o guidão mais leves. O banco em dois níveis foi redesenhado para dar mais conforto ao garupa. A nova posição evita os frequentes escorregões do passageiro para cima do piloto tão comuns na Tornado. As pedaleiras traseiras também foram reposicionadas com a mesma intenção. Quem vai atrás ganhou também novas e bem acabadas alças de segurança.
Mas o ponto de "destaque" do design é o paralama dianteiro fixo, onde muitos "Tornadeiros" à primeira vista torceram o nariz. Solução já usada em modelos grandes da Suzuki, KTM e BMW tem a vantagem de não vibrar em altas velocidades, interferindo menos na aerodinâmica da motocicleta. O "bico de pato" é complementado por um pequeno paralama rente à roda que deve ser retirado no caso de incursões no barro pesado, pois a chance de travar o conjunto será grande.
Design ousado marca a identidade do novo modelo |
Ciclística
A ciclística permaneceu bastante próxima a da Tornado |
Painel digital inclui relógio e marcador de combustível. |
A Honda fez questão de manter a alma da Tornado neste aspecto. As mudanças foram amenas no ângulo de cáster e distância entre-eixos. A suspensão dianteira permaneceu com curso de 245mm enquanto a traseira ficou com 225mm, praticamente o mesmo que a Tornado com o amortecedor traseiro montado na posição mais baixa - na posição alta o curso era de 242mm. Na XRE 300 não há mais essa regulagem.
Uma boa novidade foi a adoção do freio a disco traseiro, com pinça de pistão simples e disco de 220mm garantindo maior precisão e segurança nas frenagens. Na nossa opinião este é um item indispensável em qualquer motocicleta acima de 125cc. O tambor já devia estar banido das linhas de montagem há algum tempo.
Motor
Banco em dois níveis aumenta conforto do passageiro. |
Apesar da configuração e visual semelhantes, o 250cc da Tornado e o motor da XRE 300, compartilham apenas as válvulas segundo os engenheiros da Honda. Todo o resto é novo, principalmente o sistema de alimentação.
A injeção eletrônica chegou e uma das principais preocupações da fábrica foi com o nível de emissões. O novo motor atende aos níveis do PROMOT com margens ao redor de 50% inferiores aos limites do programa.
A potência subiu de 23,3 para 26,1 CVs na mesma faixa de 7500 rpms. No torque o ganho foi mais expressivo passando de 2,42 para 2,81 kgfm, uma melhora ao redor de 16%.
A maior elasticidade do motor permitiu reduzir o número de marchas de 6 para 5. A relação da primeira e última marchas permaneceu a mesma enquanto a distância de escalonamento nas marchas intermediárias aumentou.
Segundo a Honda o nível de consumo - apesar da fábrica não divulgar números - permanece o mesmo apesar do aumento de capacidade e desempenho. Neste ponto a injeção eletrônica faz seu papel com recursos como melhor aproveitamento conforme as condições climáticas e o "cut-off" que corta a alimentação durante as frenagens e descidas quando o acelerador permanece fechado.
Como anda a XRE300?
Os 10kg ganhos com a reestilização são bem percebidos com a moto parada. Mas em movimento essa diferença desaparece. O painel e o farol suspensos, acoplados na carenagem, são uma boa sacada. Deixam a moto mais maleável e neste ponto a sensação não é de uma moto com 144 kg, o guidão trabalha livre e solto.
O motor tem o funcionamento suave e progressivo, embora os ruídos mecânicos estejam bem presentes, uma herança da Tornado, característica dos motores refrigerados a ar.
No asfalto o conforto, o equilíbrio e a segurança são claramente superiores à sua antecessora. A posição de pilotagem é bem diferente, mais baixa e encaixando o piloto na moto, sutilmente diferente da antiga trail de postura mais ereta, mas com diferenças significativas no comportamento, muito mais eficiente nesta utilização.
Demos também umas voltinhas pelo campo e por estradas de terra, onde ela não decepcionou. O conforto, mesmo com garupa, é surpreendente. Subindo e descendo pequenos barrancos, e degraus, ela foi bem com os freios transmitindo muita segurança. Para passeios leves é uma moto gostosa, encara bem a terra.
Posição de pilotagem ficou mais "on" e menos "off" |
Vai à trilha?
Off-Road leve não é problema para a XRE300 |
Hoje a estratégia da Honda define bem a atuação de cada um de seus modelos. O consumidor deve seguir a mesma linha, ou seja, "cada macaco no seu galho". A XRE 300 encara o trânsito com conforto podendo também enfrentar viagens onde estradas de terra não serão problema, mas quem busca o off-road pesado deve pensar na CRF 230, um modelo totalmente focado no segmento (ou então os modelos profissionais importados e consequentemente mais caros).
Mas a XRE encara uma trilha? Ela herdou da Tornado suspensões de longo curso, evoluiu em freios e motor, por isso andar no mato, claro, é possível... mas definitivamente este não é o foco do modelo. Para usá-la na trilha há necessidade de depenar toda moto (o novo "bico" dianteiro não combina com mata fechada), mas mesmo realizando dezenas de modificações, a "alma" do projeto é "estradeiro" (e isto não muda). Portanto, como dito no início deste parágrafo, adote a linha "cada macaco no seu galho" e seja feliz.
Mercado
A previsão da Honda é de vender em torno de 40.000 unidades da XRE 300 no período de 12 meses. O preço sugerido é de R$ 12.890,00 (base Estado de São Paulo) e não inclui despesas com frete e seguro. As opções de cores são as seguintes: preta, vermelha e amarela metálica A garantia é de um ano, sem limite de quilometragem.
Opinião do piloto
Pilotamos a Honda XRE 300 nos ambientes propostos ao modelo: no circuito com cones formado nos "boxes" do CETH de Indaiatuba, nas estradas asfaltadas dos arredores, em estradas de terra com garupa e um pequeno off-road leve em pastos da região.
Podemos afirmar que o modelo caminhou na direção certa em relação a nova proposta. No asfalto a principal diferença em relação a Tornado é o melhor equilíbrio nas frenagens e entradas de curva. Com a XRE 300 é possível abusar bem mais nas entradas de curvas. A motocicleta mantém a trajetória desejada sem sustos enquanto a Tornado perde a traseira bem mais cedo e consequentemente abre o traçado.
O fato do guidão estar livre do peso de painel, paralama e farol ajuda e muito na maneabilidade em curvas fechadas e no zig-zag do trânsito das grandes cidades.
Na estrada os 50cc a mais fazem a diferença facilitando a manutenção de velocidades acima dos 100km/h. A carenagem protege bem o piloto enquanto o novo paralama evita as vibrações na dianteira por causa do vento. O tanque maior também ajuda na maior autonomia.
Um dos principais trunfos da XRE 300 é o conforto do garupa. O novo banco mudou a sensação do garupa da água pro vinho. Quem vai atrás fica numa situação bem mais estável o que reflete também nas reações mais seguras do piloto. Mesmo na estrada de terra, com cascalho e piso bem irregular, a vida do passageiro não foi uma tortura, pelo contrário, foi possível trafegar com um nível adequado de conforto para a situação.
Off-Road - Sem muitas delongas: ela encara um off-road leve e só. De pé a posição do piloto é muito parecida com a Tornado, mas o volume maior do tanque e a extensão da carenagem limitam bastante a mobilidade do condutor.
Ele encara as voltinhas no sítio ou fazenda com muita competência e volta para a cidade fazendo um bom trabalho. Mas para quem quer mesmo se enfiar nas trilhas ela não é uma boa escolha, pelo peso, posição de pilotagem e a quantidade de adaptações para deixá-la em condições de enfrentar o barro.
Motor - Tirando as reações um pouco ríspidas no início das reacelerações (quando se fecha completamente o acelerador em baixas rotações e se acelera tudo novamente) o motor nos agradou bastante.
A injeção eletrônica trouxe um funcionamento bastante linear com boa força em baixas e médias rotações. Graças a elasticidade do motor o câmbio, mesmo com uma marcha a menos deu conta do recado muito bem, sem buracos ou falta de agilidade entre as trocas. A manutenção de velocidades acima dos 100km/h também ficou mais fácil graças ao maior fôlego do motor.
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Outras Novidades
CB 300R Na apresentação da XRE 300 a Honda mostrou também dois outros modelos. A CB 300R, que compartilha o mesmo motor, e o pequeno Scooter Lead 110.
Honda CB300R |
A CB 300R, veio para tomar o posto da CBX 250 Twister. Com design arrojado inspirado em suas irmãs maiores no stilo "naked" é uma ótima opção street para quem quer evoluir das pequenas 125cc, ou mesmo da Twister, para um projeto mais moderno e com maior performance, mas ainda não tem disposição para encarar uma Hornet 600.
A evolução não foi apenas no design. O modelo recebeu melhorias também melhorias na ciclística, iluminação e posição de pilotagem. O tanque de 18 litros aliado à eficiência da injeção eletrônica permite uma maior autonomia à motocicleta.
Assim como na XRE a CB 300R também é mais amiga do meio ambiente com níveis de emissões até 70% inferiores aos limites do PROMOT.
O preço sugerido é de R$ 11.490,00 e a motocicleta está disponível nas cores preta, vermelha, amarela metálica e prata metálica.
Lead 110
Com uma proposta completamente urbana o Lead 110 é o primeiro scooter da Honda lançado no Brasil. Focado na praticidade e facilidade de pilotagem ele conta com câmbio automático CVT onde a relação marchas progride de forma contínua sem trancos.
O pequeno motor conta com refrigeração líquida, assistida por ventoinha, e injeção eletrônica.
O scooter possui um compartimento abaixo do banco onde é possível guardar dois capacetes. Há também um "portaluvas" dianteiro com boa capacidade. Para quem precisa de mais espaço o bagageiro traseiro já vem preparado para receber os bauletos disponíveis no mercado. O tanque de combustível de 6,5 litros fica localizado abaixo da plataforma de apoio dos pés.
Uma das particularidades do Lead é o acionamento combinado dos freios. O manete esquerdo aciona os freios traseiro e dianteiro simultanêamente. Entretanto nas situações onde se precisa de 100% da capacidade de frenagem o manete direito - exclusivo do freio dianteiro - deve ser acionado também.
Com preço sugerido de R$ 6.250,00 chega às concessionárias neste mês de julho nas cores preta, vermelha metálica, bege metálica e prata metálica.