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Teste Tokens TXR450
Publicado em: 28/10/2009
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Nova marca montada no Brasil quer abrir espaço no mercado Off-Road
Equipe MotoX.com.br - Fotos: Lucídio Arruda - Piloto: Maurício Arruda


Tokens TXR450

A primeira aparição pública da Tokens TXR450 aconteceu no Salão da Motocicleta de 2008. Lá a motocicleta, ainda em fase de protótipo, gerou reações diversas no público.

Teve o lado que se empolgou com a possibilidade de uma moto especial a um custo mais baixo, como quem torceu o nariz para a suspeita da qualidade dos componentes chineses.

Veja Também: vídeo clip do teste na MotoX TV
 
Desde então o empresário especialista em comércio exterior Rogério Domingues continuou desenvolvendo o projeto, selecionando as peças e testando os protótipos. Um dos pilotos de testes é o endurista gaúcho e bi-campeão do Rally dos Sertões Juner Rockenbach.

Rogério, um apaixonado de longa data pelo motociclismo off-road, selecionou componentes disponíveis ao redor do mundo para colocar seu sonho em prática. No mix foram escolhidas tanto peças de fabricantes desconhecidos no ocidente como marcas top de linha do Japão e Estados Unidos.


Nas curvas aparecem as melhores virtudes da TRX450


O bom torque em baixas rotações facilita manobras como esta.
O motor vem da China e é praticamente um clone da Honda CRF450X, tanto que muitos dos componentes são intercambiáveis. As válvulas são de aço (e não de titânio) e a taxa de compressão foi reduzida para 10:1 proporcionando maior suavidade de funcionamento e melhor resposta a gasolina brasileira. O carburador é o japonês Keihin de 41 mm.

As suspensões Fast Ace vêm de Taiwan, o quadro tem desenho também similar a Honda. As diferenças na geometria ficam por conta do subquadro, balança e das mesas com medidas distintas.

Os plásticos são europeus, os pneus  nacionais, da marca Rinaldi. Os aros das rodas são os especialíssimos Takasago Excel, reconhecidamente de primeira linha. Para completar a ponteira de escape é norteamericana, da FMF.

No dia do nosso teste o modelo ainda não possuia os adesivos gráficos definitivos. Comentava-se inclusive a possibilidade do cliente receber sua moto já com os adesivos personalizados.

Segundo Rogério, na escolha dos componentes procurou-se as melhores peças possíveis dentro da proposta de colocar a motocicleta numa faixa de mercado entre as limitadas opções nacionais de 230cc e as profissionais japonesas e européias.

Primeiras impressões



Assista ao teste na MotoX TV
Ao subir na moto a primeira impressão é boa. A posição de pilotagem é agradável e não é preciso muito tempo para se sentir a vontade na máquina montada em Goiânia.

Observando mais atentamente alguns detalhes agradam, outros nem tanto. Entre os pontos positivos está o chassi, com soldas bem cuidadas, que recebe uma generosa camada de verniz e promete manter o visual de 0KM por bastante tempo. O banco tem bom acabamento e sua espuma vem com a densidade correta para a pilotagem off-road.

Para os aros não seria possível melhor escolha que os Excel e a ponteira FMF já dá um ar de moto preparada na Tokens ao sair da linha de montagem. É uma boa já que normalmente as ponteiras originais quase sempre "estrangulam" o motor e requerem modificações, ou mesmo sua substituição para os pilotos que gostam daquela performance a mais.


A Tokens encara bem os saltos, mas as suspensões mostram seus limites nesta hora.


Visual e porte da motocicleta agradam
Entre os itens que desagradaram estão pequenas falhas de acabamento. Para ajustar a posição do guidão ao gosto de nosso piloto de testes levamos mais tempo do que o normal. Foi preciso segurar a porca embaixo da mesa superior para destravar os parafusos de fixação do guidão. Este também tem suas ranhuras um tanto exageradas. Outro ponto negativo foi o espaço para manipular os parafusos de ajuste da corrente na balança traseira. Foi difícil encontrar uma chave que se encaixasse na porca de travamento devido ao pouco espaço disponível a seu redor.

Na pista

Como já dissemos acima, o piloto se "encaixa" com facilidade na Tokens TXR450. A posição de pilotagem lembra e muito a da... adivinhem? Isso mesmo a da Honda. Entretanto o comportamento dinâmico é completamente diferente.

Eu disse diferente, o que não quer necessariamente dizer ruim. E neste caso não é mesmo. Pelo contrário, a palavra que melhor descreve o comportamento da Tokens é "fácil". A moto é fácil de acelerar, fácil para fazer curvas, fácil de subir morros, barrancos, degraus...


A redução da taxa de compressão rendeu frutos na docilidade das respostas do motor. Sim, ela é uma 450 e mostra a força de uma 450, mas a entrega desta força é feita de forma suave, sem estupidez. O motor da Tokens mostra do que é capaz sem assustar o piloto, que se sente sempre no domínio da situação.

O ótimo torque, bem posicionado em baixas rotações, é entregue de forma linear ideal para os subidões e trechos travados. Quando se encontra um retão e é preciso acelerar ele também não decepciona, mas como não é explosivo em altos giros o piloto tem que trabalhar rápido com as cinco marchas do câmbio.

Curvas - para ser sincero o comportamento em curvas nos surpreendeu, a facilidade no comando se repetiu. Principalmente as mais travadas. Nelas não parece que estamos numa 450. A ciclística da Tokens mostrou agilidade e facilidade nas mudanças de direção como se fosse uma motocicleta menor.


Um ponto onde a Tokens perde em relação as enduristas especiais é no conjunto de suspensões. O menor curso e diâmetro dos componentes da TXR não permitem os mesmos abusos cometidos com uma CRFX. O que isso quer dizer? Que quando se exagera em saltos ou encarando de forma agressiva os buracos o final de curso das suspensões acaba aparecendo. Para quem pensa em trilhas aos finais de semana não é nada que atrapalhe a diversão, mas limita um pouco a performance se o foco do piloto é a competição.

O bom desempenho encontrado nos freios que, sem fadiga deram conta do recado muito bem, não se repetiu na embreagem, que não patinou, mas mostrou-se imprecisa. Em trechos travados sua atuação deixou a desejar, efetivamente sua ação era tudo ou nada, sem meio termos. Ou seja, na hora de um "tiro" buscando giro do motor, foi comum sentirmos trancos.

No geral o comportamento da moto agradou. Consideramos o motor, freios e maneabilidade como pontos altos. As suspensões devem satisfazer quem vem de uma moto nacional, mas podem exigir alguma preparação de quem quer extrair o máximo em performance.

Conclusão


A Tokens tem um bom caminho a desbravar num mercado onde as decisões do consumidor são fortemente infuenciadas pela tradição. Como qualquer novo produto a TXR450 precisa vencer essa resistência a uma completa novidade, e somente o uso contínuo pelas trilhas do país poderá responder isto. Para torná-la conhecida do público a Tokens tem participado ativamente de eventos, promovendo test-drives em provas regionais. 

Como armas a moto mostra desempenho, comportamento dinâmico e preço que se encaixam perfeitamente aos desejos de seu público-alvo: o piloto que quer evoluir das motos off-road de entrada nacionais mas ainda acha que as especiais profissionais são um investimento muito alto.

A rede de revendedores e assistência técnica vai aos poucos se expandindo pelo Brasil. Segundo Rogério a Tokens, cuja a linha de montagem atualmente tem capacidade para 40 motos ao mês, trabalha para garantir pronta entrega de qualquer item de reposição. Também é bom saber que a grande maioria de suas peças é intercambiável com outros modelos facilitando assim a aquisição das mesmas.

O preço sugerido da Tokens TXR450 é de R$20.000,00.

Mais informações no site: http://www.tokens.com.br/txr450/  

Agradecimentos Ville Sport Show.







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