TM Racing apresenta seus modelos ao mercado brasileiro
Redação MotoX.com.br - Texto e fotos: Lucídio Arruda
Italianas desembarcam no Brasil com linha especial de competição
TM MX 250 Fi |
A pequena fabricante italiana de motocicletas TM Racing desembarca novamente no Brasil, desta vez pelas mãos dos empresários Renato Bastos e Luca Proietti. A nova operação pretende conquistar sua fatia no mercado paulatinamente, mas de forma consistente. Neste primeiro momento foram apresentados quatro modelos, três deles 4 tempos com injeção eletrônica e partida elétrica: EN 250 FI, EN 450 FI (ambas de enduro) e MX 250 (motocross). Foi mostrada também a EN 250 2 tempos (enduro).
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Por pequena fabricante, entenda-se uma produção artesanal e bastante cuidadosa. A TM Racing apresenta também um grande grau de verticalização da produção, notadamente em seus motores, todos desenvolvidos e fabricados internamente. A TM chama atenção também por ser uma das poucas marcas off-road, além das quatro grandes japonesas, a possuir o quadro perimetral de alumínio no estilo "deltabox". Não é o bastante para você? Pois saiba também que a TM fabrica o seu próprio amortecedor traseiro.
O "Racing" no nome não está lá por acaso ou puro marketing. A obsessão por competições é quase uma religião dentro da fábrica que possui forte participação no mercado de Kart, produzindo mais de 20.000 motores por ano.
Operação Brasileira
O primeiro lote, de 16 motos, já desembarcou todo vendido aqui no Brasil. Agora em outubro chega a segunda remessa com 32 unidades. "Nosso objetivo é fazer um trabalho a longo prazo, por isso, sabemos que é muito importante darmos um suporte de alto nível aos nossos clientes. Isso significa termos um pós-venda de qualidade e peças de reposição disponíveis a todo momento. Por isso, até mesmo antes de trazermos as primeiras motocicletas, já havíamos investido muito em um estoque completo de peças para atender a necessidade de todos os nossos clientes" explica Renato.
Quem optar por encomendar as motocicletas pode personalizá-la ao seu gosto, por exemplo, escolhendo entre o tanque de plástico ou alumínio (nos modelos 2T), ou entre os amortecedores traseiros Sachs, Ohlins ou TM, facilidade impensável com os grandes fabricantes. As motocicletas da marca já vêm adaptadas ao combustível nacional.
Já foram nomeados representantes nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Minas Gerais. A rede será responsável pela venda das motocicletas, assim como o pós-venda e o suporte de peças para os clientes.
Como andam as motos?
EN 250 Fi |
Entre os quatro modelos disponíveis andamos em três deles, a EN 250 FI, MX 250 ambas 4 tempos e a endureira 2 tempos EN 250. Chama a atenção o nível e qualidade de acabamento dos componentes. Comandos Domino, aros Takasago Excel, discos de freio Braking, pinça Brembo (traseira Nissin), cilindros de freio Nissin, garfos Marzocchi. Tudo feito com muita atenção aos detalhes.
O ajuste da injeção eletrônica foi feito, segundo os importadores, bem ao gosto dos brasileiros, com a entrega de potência bem suave. A primeira moto que nosso piloto de testes experimentou foi a EN 250 FI e pudemos confirmar a declaração.
O funcionamento do motor é bastante dócil e progressivo. A motocicleta ganha velocidade sem que a cavalaria dê "coices" no piloto. É um comportamento bem similar, por exemplo, ao da Honda CRF250X ao contrário das mais explosivas KTM EXC ou Yamaha WR.
A maneabilidade foi o ponto alto. Jogar a TM nas curvas parecia brincadeira de criança. A motocicleta é 100% obediente à direção que o piloto a mandar, apesar da regulagem excessivamente macia na unidade testada, que não ofereceu muita segurança nos saltos.
É uma moto que permite uma tocada rápida sem exigir demais do piloto. Possivelmente ao final de uma longa trilha o piloto estaria fisicamente mais inteiro com a TM do que com outra endureira profissional.
MX 250 FI
Passamos à MX 250 Fi que é a versão de motocross da EN 250 Fi. Basicamente é a mesma moto sem farol e lanterna, uma ponteira de escape mais curta e aro traseiro de 19" no lugar do de 18''.
Esperávamos uma pegada mais agressiva na versão de cross, mas na realidade pouca coisa mudou, apenas abrindo um pouco mais em giros altos. Possivelmente uma característica do mapa de injeção programado no modelo, que pode ser alterado conforme o gosto do piloto nos representantes da marca.
Assim como a EN, a MX mostrou-se boa de curva e obediente aos comandos do piloto, destacando-se o bom garfo dianteiro com tubos Marzocchi de generosos 50mm de diâmetro.
Outro destaque da motocicleta é o ótimo conjunto de freios, acionamento preciso e a boa potência bem controlável.
EN 250 2T
Por fim andamos na endureira 250 com motor 2 tempos. A unidade contava com o belíssimo reservatório de combustível de alumínio (opcional). A posição de pilotagem muda pouco em relação às 4 tempos, mas o comportamento privilegia a agilidade. Em trechos de trilha travados, a dois tempos, como era de se esperar, mostra mais jogo de cintura nas mudanças rápidas de direção.
O desempenho do motor também agradou mais, bom e dócil em baixas rotações solta a agressividade e cavalaria quando exigido e mostrou-se bem disposto quando tocado em giros mais altos ou quando o piloto dá o "tiro" de recuperação.
Todos os modelos possuem duas opções de mapa de ignição comandados por um botão no guidão. Basicamente o mapa mais "manso" é útil quando se enfrenta um terreno muito escorregadio, ou para o piloto inexperiente - que vem de uma moto mais fraca, por exemplo - enquanto se acostuma com uma moto profissional. Em situações competitivas o mapa "de alta" sempre confere um melhor desempenho.
Opinião do piloto
Meu primeiro contato com uma motocicleta TM ocorreu no início dos anos 2000, quando andei em uma 125cc de motocross da marca italiana que chegou em um pequeno lote ao Brasil. O modelo se mostrou competitivo na pista, mas naquele período não conseguiu consolidar-se no nosso mercado. Daquele tempo pra cá muita coisa mudou e evoluiu no motociclismo off-road. As motos dois tempos não reinam mais sozinhas e a TM, seguindo a tendência, ampliou sua linha.
Desta vez tive a oportunidade de também experimentar os modelos quatro tempos de 250cc, tanto na versão enduro quanto na versão motocross. O motor de ambas mostrou suavidade na entrega da potência. Mesmo na versão motocross esta característica está bastante presente e, pelo que eu entendi, isso foi uma decisão estratégica. Segundo o importador, os modelos trazidos ao Brasil terão a configuração de seus ajustes com este foco, menos agressivo que o entregue no país de origem. Acho que isso poderia ser repensado, afinal existe um botão que possibilita ao piloto escolher, com um simples toque, entre dois mapas de ignição privilegiando mais explosão ou mais elasticidade. Com a configuração atual, quem deseja um comportamento mais agressivo fica sem opção.
Me agradaram bastante os comandos. Desde os manetes, bem desenhados, até a embreagem hidráulica, que, se não é tão precisa quanto a tradicional, compensa com a maciez na utilização e o consequente menor desgaste para o piloto, especialmente para quem não está com o preparo físico em dia. No fim de horas e horas de trilha esse conforto sem dúvida vale a pena.
As suspensões são seguramente um ponto alto das TM. No entanto, o ajuste exageradamente macio das unidades testadas deixou difícil encontrar o limite das motos. Em seções de obstáculos próximos a coisa ficava pior, então o que dá pra falar é que são componentes de primeira linha. Em uma das curvas abusei e acabei 'catapultado'. Ajustadas de acordo com o peso e tocada, certamente atendem às expectativas.
A 250cc dois tempos de enduro foi seguramente o modelo que mais me agradou. O posicionamento me deixou à vontade rapidamente e suas reações em movimento também. O motor mostrou boas respostas, sem ser estúpido. Os freios são bem modulados e precisos. Andei em um percurso travado e de muitas curvas, onde ela se mostrou maleável, com leveza e agilidade caracteríscas da verdadeira endureira profissional que é.
Maurício Arruda
Veja também: Video do teste na MotoX TV
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Fichas técnicas
Motor |
4T TM RACING |
Diamêtro x Curso |
77 x 53,6 |
Cilindrada |
249,5cc |
Taxa de Compressão |
N.D. |
Cabeçote |
Duplo comando com válvulas de titânio |
Lubrificação |
Carter seco com duas bombas de óleo |
Alimentação |
Injeção eletrônica de combustível, 44 milímetros corpo de borboleta |
Combustível |
Gasolina |
Ignição |
Kokusan Microtec |
Transmissão primária |
Engrenagens de corte reto |
Embreagem |
Multidisco em banho de óleo |
Câmbio |
6 Marchas |
Refrigeração |
Líquida com circulação forçada |
Partida |
Elétrica e a pedal |
Quadro |
Perimetral em Alumínio |
Suspensão dianteira |
Marzocchi USD 50mm |
Amortecedor |
Sachs Boge (Opcional Ohlins ou TM) |
Pneu Dianteiro. |
90 / 90 x 21 (80 / 100 x 21) |
Pneu Traseiro. |
120 / 90 x 18 (100 / 90 x 19) |
Freno ant. |
Disco 270 mm. Braking wave com bomba Nissin e pinça Brembo |
Freno post. |
Disco 245 mm. Braking wave com bomba e pinça Nissin |
Reservatório de Combustível |
8,7 Litros (8,2 Litros) |
Motor |
2T TM RACING |
Diâmetro e Curso |
66,4 x 72 |
Cilindrada |
249cc |
Taxa de compressão |
N.D. |
Admissão |
Por palhetas V-Force |
Alimentação |
Carburator Keihin PWK 38 |
Combustível |
Gasolina com óleo a 3,5% |
Ignição |
Kokusan CDI com 2 mapas |
Transmissão Primária |
Engrenagens de dente reto |
Embreagem |
Muiti disco em banho de óleo |
Câmbio |
5 marchas |
Refrigeração |
Líquida com circulação forçada |
Quadro |
Perimetral em Alumínio |
Suspensão Dianteira |
Marzocchi USD da 50mm |
Amortecedor |
Sachs Boge (opcional Ohlins ou TM) |
Pneu dianteiro |
90 / 90 x 21 |
Pneu traseiro |
140 / 80 x 18 |
Freio dianteiro |
Disco 270 mm. Braking wave com bomba Nissin e pinça Brembo |
Freio traseiro |
Disco 245 mm. Braking wave com bomba e pinça Nissin |
Reservatório de combustível |
8,7 Litros |
Peso |
N.D. |
Para mais informações sobre as motocicletas:
www.tmracingmotos.com.br