Kawasaki apresenta modelo renovado para a temporada 2009
Texto: Equipe MotoX - Fotos: Lucídio Arruda / Maurício Arruda
A Kawasaki KX 250F 2009 não é apenas mais um "rostinho bonito". Além dos novos plásticos o modelo passou por completa reforma no motor e chassi. Um novo pacote que deixou o modelo ainda mais competitivo.
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- O vídeo do teste- Galeria de imagensOs engenheiros da Kawasaki realmente botaram as mãos na massa ao projetar o modelo 2009. Pode-se dizer que a motocicleta é completamente nova. À primeira vista o novo visual é o que chama a atenção. Os plásticos ganharam um novo tom de verde e as linhas ficaram mais arredondadas e harmoniosas. Gosto é gosto e cada um tem o seu, mas quem viu ao vivo a KXF não deixou de elogiar o novo visual do modelo.
A motocicleta ganhou ainda um ar mais agressivo, graças ao novo pára-lama traseiro que aponta para cima. Acabou aquela impressão de traseira caída comum aos modelos anteriores. Mas as mudanças visuais são as menos importantes neste caso. A KX250F 2009 é praticamente uma nova moto e os destaques vão para o novo quadro e o novo motor.
Vamos conferir as principais novidades:
Novo conjunto do quadro e motor. |
Motor: As mudanças foram tão grandes que não é preciso abrir o motor para perceber que é diferente. Externamente nota-se a mudança inclusive com rotas completamente novas das mangueiras do líquido de refrigeração.
A primeira modificação foi a redução da capacidade de óleo de 1,5 litro para 1,3 diminuindo o peso total e perdas mecânicas.
O cabeçote foi completamente redesenhado com dutos de admissão projetados para um melhor desempenho, principalmente em altas rotações. Os dutos recebem ainda um acabamento especial deixando a superfície mais lisa. O novo tensionador da corrente é cerca de 30% mais eficiente que o modelo anterior em termos de desperdício da força do motor.
Quadro 2008 à esquerda e 2009 à direita. |
Os radiadores estão com maior capacidade e têm a estrutura reforçada. |
As válvulas de admissão e escape são de uma nova liga de titânio extremamente leve e resistente permitindo uma subida de giros mais rápida do motor, a promessa também é de maior durabilidade. Escapamento e ponteira tem novos desenhos e diâmetros.
O virabrequim foi rebalanceado seguindo a receita das motos oficiais da equipe norte-americana - que conquistou o título da categoria nesta temporada com Ryan Villopoto. O resultado é uma menor vibração e consequentemente maior performance.
Os radiadores cresceram em capacidade e resistência. Bem mais robustos eles ganharam ainda um bracinho adicional de fixação melhorando a proteção em quedas. Como já mencionado acima as rotas das mangueiras são novas aproveitando melhor a capacidade de resfriamento.
Câmbio: O mecanismo de acionamento é completamente novo melhorando a precisão das trocas e durabilidade do conjunto. As engrenagens estão mais fortes. O visor de óleo também mudou assim como as tampas de embreagem e magneto são mais rígidas e resistentes segundo as informações da fábrica.
Mesmo nas aterrisagens mais drásticas as suspensões não atingiram fim de curso. |
Quadro: Completamente redesenhado é seis milimetros mais estreito que o modelo antigo em sua parte superior na região do banco. Na região das pedaleiras é mais largo para oferecer melhor "grip" para o piloto.
A seção dianteira é completamente nova e a posição do motor ficou mais avançada. O acesso a vela de ignição ficou bem mais fácil. O quadro 2009 é 1kg mais leve que o anterior. O subquadro também perdeu peso, cerca de 590 gramas.
O pivô da balança traseira - que também é completamente nova (400 gramas mais leve) foi posicionado um pouco mais acima no quadro para melhorar a tração.
Suspensões: Na frente um novo garfo Showa de dupla câmara com as canelas com tratamento de titânio extra-duro. Atrás o amortecedor tem um novo lay-out, melhor acessibilidade para ajustes e nova calibragem de compressão principalmente no final do curso.
A motocicleta recebeu ainda uma série de refinamentos como banco mais estreito e espuma mais resistente, capa anti-derrapante, pedaleiras com uma plataforma 40mm maior, melhor proteção para os freios e manetes. O ajuste do regulador em movimento da embreagem também foi aprimorado.
Nas saídas de curvas a força em baixas rotações faz a diferença |
Hora da pista
Bom, chega de falar e vamos para a pista. A motocicleta fornecida pela American Cross era zero quilômetro, com os pelinhos dos pneus ainda intocados e o melhor de tudo: recebemos carta branca para acelerar a vontade, sem restrições. A única modificação feita na unidade foi o ajuste de carburação e aperto da mola traseira (sag).
As primeiras voltas são em ritmo moderado para dar uma pequena amaciada no motor. A posição de pilotagem ficou mais agressiva, mas ao mesmo tempo mais confortável.
O banco e as traves superiores do quadro mais estreitos permitem uma ótima mobilidade do piloto. Mesmo sem ainda abrir o gás para valer percebemos que força em baixa não falta a este motor.
Depois de dez minutos andando na boa chegou a hora de acelerar para valer. Fique abaixo com a opinião dos pilotos:
Maurício Arruda
"Preciso confessar, nunca fui fã das motos 250cc 4 Tempos as quais considerava sem sal e sem açucar, afinal mesmo sendo muito rápidas e eficientes não proporcionavam ao condutor a mesma emoção e adrenalina das 450cc, estas sim sempre com cavalos de sobra ao menor giro do acelerador.
Resumindo, eu poderia até andar mais rápido com uma 250cc do que com uma 450cc, exatamente por conseguir explorar mais a motocicleta, mas minha diversão caia pela metade. Andar na KXF 2009 me fez reconsiderar essa posição, pois realmente ela tem um motor surpreendente que, unido a maior leveza das 250cc, resultou em mais do que eu esperava da verdinha.
É nítida a evolução, apenas não espere que ela ande mais do que uma 2008 bem preparada. Claro há sempre o que explorar em uma moto original, mas o que agrada não é só a potência e sim a faixa de utilização que seguramente a deixou eficiente e divertida.
No teste extrapolei o giro infinitas vezes, realmente exagerei na preguiça em trocar as marchas durante algumas voltas e ainda assim a força estava lá. Optar por um giro mais redondo e eficiente também funcionou, a KXF mostrou que está com mais folêgo independente da faixa de giro e esta é uma excelente notícia.
Para efeito de comparação, as motos preparadas desta categoria que eu já andei privilegiam as altas rotações provocando buracos na aceleração. A força existe mas as faixas de giro utilizáveis são limitadas. Isto não ocorre com esta moto, que chega com um acerto que sem dúvida vai satisfazer a maior parcela dos pilotos.
As suspensões e a ciclística claramente evoluíram, acredito que este seja o melhor chassi de alumínio já feito pela Kawasaki. O que também me surpreendeu foi o comportamento do amortecedor traseiro. Passando da recepção em um salto ou pegando um buraco inesperado sua reação foi sempre manter a moto na direção desejada. Meu único senão vai para o câmbio, poderia ser mais macio, mas é possível que as engrenagens estivessem se ajustando durante minhas voltas, as primeiras da unidade que testamos".
Lucídio Arruda
"O que impressiona ao primeiro contato é o motor. Muito forte em baixas rotações e com média e alta que não decepcionam. A faixa de utilização é bem elástica permitindo esticar as marchas até altos giros sem o motor reclamar.
Ao contrário do Maurício que andou "esgoelando" mais a moto, preferi andar com ela mais solta, utilizando marchas mais altas nas saídas de curvas e recepções dos saltos. E funcionou, o motor está sempre pronto a responder com vigor. Passa a impressão de ter mais que os 250cc anunciados.
Suspensões são itens difíceis de analisar, já que o que é ótimo para um piloto pode ser horrível para outro.
No meu caso as suspensões da KX250F cairam no meu gosto, principalmente quando bem exigidas em buracos de
frenagem e recepções de saltos secos. Elas agiram com firmeza na fase final do curso sem nunca bater no final do curso. A moto está sempre na mão e dá a sensação que se pode abusar cada vez mais.
Em situações de pequenas ondulações no chão duro sentí a frente um pouco dura no início do curso, precisaria de alguns ajustes nos cliques ou na viscosidade do óleo para ficar ideal.
Curvas: o novo posicionamento do motor no chassi deixou a moto bem agressiva nas curvas. Quanto mais complicada a situação do terreno, mais à vontade a KXF fica. Vale lembrar que a faixa de utilização do motor colabora e muito na sensação de confiança nas curvas, já que facilita bem o trabalho do piloto.
Freios: Gostei dos freios que foram precisos e não apresentaram sinais de fadiga, porém nada de espetacular, na média da categoria."
Conclusão
A Kawasaki KX250F apresenta um pacote competitivo logo nas configurações originais. O ponto alto do novo modelo é o motor, que agradou a todos que andaram na motocicleta mesmo com escape e ponteira originais. As características do motor prometem agradar desde os mais iniciantes até os pilotos mais avançados. É claro que sempre teremos os pilotos que vão querer tirar algo a mais deste motor, mas em nossa avaliação ele vai satisfazer mais de 95% dos pilotos da maneira como veio de fábrica.
As suspensões e ciclística, sempre um ponto forte das Kawasaki, não ficam atrás. Acompanham muito bem o motor e tem a característica de trabalhar melhor a medida que o terreno vai piorando.
A motocicleta já vem pronta para as competições e precisará de pouquíssimas modificações para chegar ao resultado ideal de cada piloto.
Outro ponto a favor das KXF no Brasil é o pós venda. A American Cross, importadora das Kawasaki de competição, é uma empresa 100% focada no mercado off-road o que se traduz na boa assistência e disponibilidade de peças originais de reposição. A empresa foi responsável pela onda verde que avançou pelas pistas brasileiras recentemente e no que depender dela, e das características do modelo 2009 da KX250F, esse movimento só tende a aumentar.
Agradecimentos:
American Cross - (11) 4034-0690
Portal Racing - São Lourenço da SerraFicha Técnica:
Motor |
Quatro tempos DOHC 4 válvulas |
Deslocamento |
249cc |
Diâmetro X Curso |
77.0 x 53.6mm |
Refrigeração |
Líquida |
Carburetion |
Keihin FCR37 and hot start circuit |
Taxa de Compressão |
13.2:1 |
Ignição |
CDI Digital com sensor de posição do acelerador |
Transmissão |
Cinco marchas |
Transmissão secundária |
Corrente |
Quadro |
Alumínio perimetral |
Cáster / trail |
27.7º / 12.19 cm |
Suspensão Dianteira |
Garfo telescópico invertido de 47mm. Câmara dupla. !6 cliques de ajuste na compressão e retorno. Curso: 315mm. |
Suspensão Traseira |
UNI-TRAK® system com 13 cliques de ajuste de compressão na baixa velocidade e duas voltas em alta velocidade. 17 Cliques no retorno. Curso: 310mm. |
Pneu Dianteiro |
80/100-21 |
Pneu Traseiro |
100/90-19 |
Freio Dianteiro |
Disco Semi-flutuante de 250mm com pinça de duplo pistão. |
Freio Traseiro |
Disco 240mm com pinça de pistão único. |
Comprimento |
217 cm. |
Largura |
82 cm. |
Altura |
127 cm. |
Entre-eixos |
147 cm |
Distância livre do solo |
34 cm. |
Altura do banco |
95,5 com.. |
Peso em ordem de marcha |
104,2 kg |
Fuel capacity |
7,94 litros. |
Cor |
Lime Green |